MINAS CONEXÃO | Morre aos 82 anos, de decepção, o reservatório moral do jornalismo brasileiro - J.R. Guzzo

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Morre aos 82 anos, de decepção, o reservatório moral do jornalismo brasileiro – J.R. Guzzo

Guzzo foi síntese e antítese para o jornalismo, seus arranjos textuais amarravam os fatos e não deixavam brechas para contestações, exemplo de lucidez e fidelidade ao jornalismo

Foto: Reprodução – Revista Oeste – J.R. Guzzo – (10/07/1943 – 2/8/2025)

O Brasil perdeu na manhã deste sábado 2 de agosto um dos poucos jornalistas que honravam a profissão, que não se transformou em militante autômato e idiota útil. José Roberto Dias Guzzo morreu de enfarto, muito provavelmente provocado pela decepção e o sentimento de impotência diante das aberrações que tomaram conta do Brasil e entristecem qualquer pessoa de bem que preza por princípios mínimos de decência e cidadania.

O STF e a entourage do governo alçado de Lula, devem estar em festa, pois Guzzo era implacável em suas críticas certeiras à promiscuidade que virou a política e os poderes da república, todos a serviço de interesses escusos, verdadeiros balcões de negócios, sob vista grossa de jornalistas desonestos.

Sozinho, ele valia por um batalhão de puxa-sacos perdulários que se dizem jornalista. Sua mira calibrada, não deixava pedra sobre pedra, era um alento para quem lia os textos e não se sentia só no mar de lama que se transformou a república.

Guzzo foi síntese e antítese para o jornalismo, seus arranjos textuais amarravam os fatos e não deixavam brechas para contestações. A razão foi o seu norte, a lógica e a criatividade, parceiras do verbo, verdadeiro elixir para quem não consegue transforma sentimentos em palavras. Foi destemido, corajoso e preciso nas análises, sempre implacáveis e justas. Sua sagacidade aliviada a alma de quem assiste atônito a desfaçatez de políticos, magistrados e jornalistas militantes.

Aos 82 anos, conheceu as redações de grandes veículos de comunicação, que antes da pandemia cumpriam papel relevante para a democracia, fazendo jornalismo, e não assessoria de imprensa, como se vê hoje, escandalosamente. A imprensa foi reduzida a um consórcio que repete jargões encomendados, a exemplo da militância sindical que faz piquete em portas de fábricas.

Os jornalistas, em sua maioria, viraram cúmplices de ditadores, gângsteres travestidos de magistrados, algo jamais imaginado para um país que até recentemente se orgulhava de ostentar o título de nação da paz, sem rusgas internacionais. Hoje pária internacional, graças ao desastre provocado por um governo ilegítimo, perdulário e incompetente.

J.R. Guzzo compreendeu a deontologia do jornalismo e não se curvou às pressões do negócio, respeitava seus leitores, não vendia a alma para o diabo como a maioria dos jornalistas, obrigados a falsear a realidade em nome dos interesses comerciais de grupos de comunicação parceiros de governos corruptos, odiados pelo povo. A máxima dos “fins que justificam os meios”, enterrou a credibilidade do jornalismo e da imprensa cafetina.

A preocupação do jornalista era levar a realidade nua e crua para o público, ainda que isso pudesse causar dor. Conhecer a realidade, em um país como o Brasil, DÓI NA ALMA, mas é necessário, e são muito poucos os profissionais que gozam de autonomia, lucidez, liberdade e domínio da palavras para traduzir o ‘faz de conta’ em realidade, com tamanha clareza e sensatez.

Veículos como a Revista Veja, que se vendeu para o sistema, já teve J.R. Guzzo como diretor de redação, e hoje é uma simples empresa de propaganda do governo alçado de Lula e dos seus comparsas. Algo patético de se ver, impossível de se ler. Retrato da decadência e do cinismo que tomou conta da imprensa.

Que a Revista Oeste, também fundada e da qual J.R. Guzzo foi o principal conselheiro e articulista, não se deixe desviar pelas ilusões e interesses comerciais momentâneos, honre o legado de seu líder, mostrando os fatos e fazendo jornalismo honesto.

Crédito de foto capa: Altamiro Borges – Zero Hora de Porto Alegre

Viva J.R. Guzzo e seu legado. Que ele seja fonte de inspiração para jornalistas livres de doutrinações, responsáveis, comprometidos com a ética, a verdade e os fatos!

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

www.minasconexao.com.brjaribeirobh@gmail.com – Wpp/Pix: 31-99953-7945

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12 Comments

  • Lucidez e coerência, visão ampla e nítida da realidade brasileira, expoente máximo da moral e ética no jornalismo. J. R. Guzzo deixa uma lacuna difícil de ser preenchida nos veículos de comunicação. Ícone do jornalismo sério, vate orientador de multidões sedentas de informações corretas e imparciais. Que, nesta nova etapa de sua vida de espírito imortal, ele siga pelo caminho da verdade e da honradez que o norteou até aqui, sob as bençãos de Jesus.

  • Linda e digníssima homenagem ao nosso mestre Guzzo que fará muita, muita falta! Parabéns J.A. Ribeiro, por descrever perfeitamente bem o jornalismo excepcional do nosso querido Guzzo!

    O seus textos são parecidos com os do Guzzo, eu acho!

    Sou assinante da revista Oeste a quase 4 anos, venho alimentando dessa fonte e os artigos semanais, sempre publicados nas sexta-feiras, eu, quase religiosamente leio os do Guzzo primeiro. Garantia o artigo escrito por ele sempre e lia outros, grandes, em seguida. Agora, nos restam o seu legado que será eternizado, com certeza!

    Triste perda ao que resta do jornalismo (genuíno) brasileiro!

  • Meus sentimentos aos familiares e minha dor pela perda desse inesquecível colega de seminário (Anchietanum) e do Colégio São Luiz. Mente brilhante e jornalismo decente e competente. Grande perda!

  • Tristeza imensa. O Brasil fica órfão de um dos maiores e melhores jornalistas de todos os tempos. Que Deus o tenha😪😪😪

  • Meus cumprimentos pelo texto: registra o pesar, — sincero —, traduz o merecido reconhecimento, e imprime o respeito devido ã memória do Jornalista.

  • José Aparecido sempre nos brindando com seus textos e análises cirúrgicas
    Sua lealdade ao jornalismo Real sem conchavos e sem rabos presos tornam o ambiente brasileiro um lugar melhor para se viver e se informar 👏🏽

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